Faleceu nessa madrugada (16), aos 83 anos, o histórico militante comunista, Raimundo Guerreiro. Ele por onde passava gostava de dizer que: “Nós temos que ser como um coco, bonito por dentro”.
Descansaram para esse mundo, fechados após meses lutando contra uma doença, os olhos azuis e brilhantes de Raimundo Guerreiro. Olhos de luta, que enxergavam adiante num compromisso de fidelidade com a classe trabalhadora. Parte nessa madrugada (16), aos 83 anos, o histórico militante comunista, eterno líder sindical, Raimundo Guerreiro. De pequena estatura e grande altivez, parte deixando como legado uma vida de coerência e envolvimento com o povo trabalhador.
Filiado ao PCdoB desde a década de 70, Guerreiro foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Fortaleza após liderar de forma intensa a histórica greve dos metalúrgicos do Ceará e do Brasil em 1979.
De acordo com o companheiro de partido, a quem deve a filiação no PCdoB, Benedito Bizerril, foi a maior liderança sindical daquele momento. “Difícil encontrar alguém com o sentimento de classe que Guerreiro teve durante toda a vida. Dono de uma linguagem politizada, teve um papel destacado também na luta contra a carestia, chegando a ser uma das lideranças nacionais do movimento. Foi perseguido, impedido de trabalhar, mesmo sendo um grande trabalhador. Sofreu muito, mas nunca vacilou, nunca perdeu o rumo da luta. Guerreiro foi uma das maiores pessoas que conheci. Sempre muito firme e que deu uma grande contribuição para o partido e para o povo brasileiro.
Luis Carlos Paes, presidente estadual do PCdoB, ressalta a qualidade política do miltante comunista. “A fala de Guerreiro sempre foi lúcida e clara, abordava com autoridade e conhecimento os problemas dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, com conteúdo político, ajudando a elevar a consciência de sua classe sobre a necessidade da conquista do poder”, afirmou Paes.
Foi trabalhador da indústria têxtil na Fábrica Santa Cecília, enfrentou a ditadura militar. Durante a vida, para sustentar a família, Guerreiro foi pedreiro, carpinteiro, eletricista, sempre amável e disposto. Nos últimos meses, já acamado, para todos e todas que o visitavam demonstrava preocupação com os rumos do país, com opiniões sólidas e construtivas. O povo trabalhador era sua grande paixão. Dedicou sua vida a ele. Foi um gigante do início ao fim. Hoje os comunistas cearenses choram a partida de um grande amor, um filho, pai e irmão, um brasileiro e um comunista da mais alta estatura. Tinha o nome mais apropriado, Guerreiro!
O velório acontece hoje a partir das 15:00 horas no Plaza Alvorada (Av. Gen. Osório de Paiva, 255 – Parangaba). Amanhã às 7:30 ocorrerá um cortejo até o Cemitério da Parangaba – local onde será o enterro.
Andrea Oliveira, Fortaleza.
Contribuição Sarah Cavalcante