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De Fortaleza, Andrea Oliveira

Partiu, na madrugada da segunda (21/02), a pedagoga e militante do PCdoB Ceará, Marise Lira Bezerra.

Pedagoga, professora do município de Fortaleza. Trabalhou como formadora do movimento sindical, através da CUT e teve participação na elaboração do projeto de alfabetização popular da Federação de Bairros e Favelas de Fortaleza. Foi durante vários anos educadora na Casa da Esperança, local de estudo e acolhimento de crianças autistas.

Marise integrou desde a década de 80 o PCdoB, sendo por algumas vezes do Comitê Estadual. No partido, atuava na área da formação.

Militante com muito domínio teórico do marxismo-leninismo, Marise era também muito querida e deixou no partido amigos e amigas que choram sua partida precoce.

De Brasília, a amiga e dirigente do partido, Neide Freitas envia sua homenagem: “Marise foi uma pessoa muito especial na minha vida, durante toda a minha juventude. Com ela aprendi sobre afeto e firmeza de ideia. Sobre como precisamos ser fortes, sim, tínhamos em comum a opção pela vida partidária, éramos camaradas e amigas. Tínhamos nos presenteado com apelidos carinhosos, para ela eu era Neideceli e ela era a minha Roró.
Nos últimos anos já tínhamos bem menos contato, eu mudei do Ceará em 2007, mas ela marcou minha história.”

Amiga desde a entrada de Marise no PCdoB, Ana Lúcia Oliveira, presidente do partido em Fortaleza publicou uma homenagem nas redes sociais: “Marise, minha Amiga kerida, me dedicou muito carinho, muita lealdade e me ensinou muita coisa de vida e de militância comunista
Éramos confidentes mútuas e tínhamos um pacto de confiança natural, sem combinar! Não importava quanto tempo sem nos encontrar, quando nos encontrávamos, nossa amizade estava intacta e isto era maravilhoso!!!

A Marise alegre, bom gosto, sincera, do carnaval, da cerveja e da música, impossível esquecê-la. Suas histórias, suas “leis”, sua qualidade de educadora convicta, estudiosa e competente! Sua extraordinária firmeza comunista!!!

Vai linda Marise, cantar e encantar os céus.”

Às 17h, com o pôr do sol, foi sepultada a amiga, a filha dedicada, a professora e a militante aguerrida. Nossa Marise. E como um poema, juntos, pôr do sol, rosas, canções e lágrimas, os amigos e amigas cantaram para Marise:

“Vi tanta areia andei
Da lua cheia eu sei
Uma saudade imensa

Vagando em verso eu vim
Vestido de cetim
Na mão direita rosas vou levar…

Olha lua mansa se derramar
Ao luar descansa o meu caminhar
Meu olhar em festa se fez feliz
Lembrando a seresta que um dia eu fiz
Por onde for quero ser seu par…

já me fiz a guerra por não saber
Que essa terra encerra o meu bem querer
E jamais termina o meu caminhar
Só o amor me ensina onde vou chegar
Por onde for
Quero ser seu par…”